quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Palco da vida


Como toda historia, essa não poderia ser assim tão diferente. Como toda história, há euforia, drama, suspense. Como toda história, a plateia atenta, espera o final feliz. E como sempre, chega o momento em que todo mundo pensa que realmente não haverá solução. O problema é quando a plateia e os personagens principais se misturam.
Não há porque subir em palcos. Não razões para acreditar que vender o ingresso mais caro é a solução. Mas a gente vende. Um preço salgado. Que nem sempre o bolso pode pagar, mas que a certeza do bom espetáculo faz valer. Ainda assim, um preço que vale a pena pagar. E nem há meia-entrada para estudantes.
Os personagens principais, ficam em seus camarins. Arrumando o cabelo, passando o perfume, maquiando-se. Conversam apenas por um biômbo que separa os dois camarins. Na verdade, quem ouve a conversa, acha que eles realmente estão um do lado do outro. E quem está do lado de um deles, sabe que realmente, eles querem é subir no palco.
Não há cachê. Não há couver. Há apenas o desejo de fazer a melhor apresentação da vida. Há a vontade de ganhar o mais sincero aplauso. Contudo, há a necessidade de entender: ser artista principal não precisa fingir, basta apenas transparecer em suas palavras as dores que insistem em calar o mais afoito cronista. Subo no palco, e espero não mais um monólogo, mas um diálogo. Diálogo dos corações que insistem em conversar.

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